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Rodrigo Moraes
O "g" das árvores e do eu
As árvores que eu vejo passar...
Na verdade, ficam, eu que passo.
Eu contemplo um verde cenário,
onde tudo é diferente e tão igual,
mas a permanente passagem é 1 maravilha.
Porque me faz lembrar
que nem eu nem árvores
permanecemos os mesmos.
A viagem delata a vida
como uma experiência de testemunho.
As árvores são impressões na consciência.
O papel do viajante, qual seria, senão
provar da perspectiva?
Eu entendo mais agora, com o fluxo,
o que significa ver o coração das coisas.
Embora eu aperte o passo,
eu e as árvores não passamos nem ficamos.
Não há diferenças nem semelhanças
que expliquem como é relativo
o meu eu que não fica
e que insiste em permanecer.
Mas também não o fazem as árvores?

Imagem: Rodrigo Moraes
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