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Aquarela cotidiana

E parece que aqui esqueço de mim
numa praça verde qualquer
atravessado por aromas naturais 
que me fazem esquecer o cinza odor urbano.
entrevejo um vendedor de flores
um vendedor de efêmeras cores e
de eternas oportunidades de presentear.
escolho uma rosa
rosa vermelho amor
penso no mundo
e em seus tons escuros
colorido pelos homens
aquarela de matizes sujas
de ganância.
no caule um espinho
que me fere
mas não machuca
no dedo sangue
sangue vermelho dor
lembro de mim da vida do amor
da possibilidade de retocar tudo
de abrir um sorriso
de silenciar um fuzil
de desabrochar uma represa
que impede uma única lágrima
catártica afetiva em movimento.
lembro do meu coração
volúvel rebelde vermelho
rosa vermelho amor
rosa vermelho dor.

O bardo e o alquimista

Por que é tão difícil
ser equilibrado?
Ser
ao mesmo tempo
alquimista
e bardo?
Entender que feridas
se curam
com o tempo;
que perfumes
só existem
com o vento;
que poesias
se escrevem
ao relento;
e que
os mais vulneráveis
de diáfanas almas
são os que mais
carregam amor
ali dentro?

As estrelas guiam
quem ao mundo explora;
a lua 
também dá
suas graças de dia;
o sol 
só beija a testa
de quem está lá fora.
É possível, sim,
escrever teses 
em prosa
e poesia.

Confia em ti
e na vida
entenda que
com fogo
toda matéria
vira harmonia

© 2022 por NUPPADES/FURG

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